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A postura é a consequência da estrutura - um caso real

Atualizado: 18 de dez. de 2022

Este foi um dos primeiros casos de correção postural que tive o privilégio de poder acompanhar. Fui contactada, com o objetivo de ajudar a minha cliente* a reduzir o mau-estar que sentia, causado por muitas horas a trabalhar sentada e por todo o sedentarismo que vivia nessa altura. Era também seu objetivo trabalhar o reforço da estrutura muscular de uma forma geral.



O exercício proposto englobou 2 vertentes. Uma primeira parte acompanhada, onde trabalhámos mobilidade das zonas menos móveis, recorrendo a técnicas de libertação miofascial com rolo, facilitação proprioceptiva neuromuscular (PNF) e alongamentos, em conjunto com o reforço dos grupos musculares onde se verificava um déficit de força. E em paralelo, um conjunto de exercícios mais básicos que podiam e deviam ser feitos com alguma regularidade, de forma autónoma. Um dos principais objetivos deste tipo de exercício é o de reeducar a posição, não só de forma ganhar uma maior consciência corporal e de como a pessoa se move, mas também o de gerar uma reprogramação neuromuscular que leve a que, ao mover-se, os seus músculos sigam novos padrões de activação que levem a uma maior estabilização geral.


Desde a forma como o pé pisa o chão e estabiliza (ou não), como o tornozelo se move, como a ativação dos músculos da perna e coxa se dá, como a anca lida com as transferências de força entre os membros inferiores e o tronco, como a musculatura do tronco assegura a estabilização da coluna, etc., tudo deve ser levado em consideração, quer na programação do treino, quer no tipo de exercícios indicado para fazer de forma autónoma.


Todos nós apresentamos algum grau de escolisose na coluna. Numa escoliose, existe um desvio lateral da coluna acompanhado de rotação das vértebras envolvidas nesse desvio. Considera-se uma escoliose a curva que apresenta um desvio igual ou superior a 10 graus, seja numa curva única ou em mais do que uma curva ao longo da coluna. A escoliose está frequentemente associada a desequilíbrios musculares que vão dos pés à cabeça. Na imagem apresentada à esquerda, o facto de a linha central que passa entre os tornozelos não passar sobre o nariz, é um indicador de um desvio lateral. Tal como o desnivel que se verifica no alinhamento dos ombros. Ou o desalinhamento que se verifica nas extremidades dos dedos das mãos. À direita, é visível o maior alinhamento resultado de um melhor equilíbrio estrutural.


"A postura é a consequência da estrutura". Significa isto que a postura é no fundo o sintoma visível da existência de grandes desequilíbrios nas estruturas musculares, ligamentares, tendinosas, fasciais que seguram a estrutura óssea. É por isso fundamental trabalhar todas estas estruturas com o objetivo de criar um maior equilíbrio e consequentemente melhorar a postura. Este é um caso onde o exercício terapêutico aplicado durante um período relativamente curto de tempo, teve efeitos visíveis, quer ao nível da postura, quer ao nível dos sintomas dolorosos que se verificavam


(*) Por motivos de confidencialidade, o nome da pessoa foi mantido anónimo.

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